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OS EUA ESPIONA OS BRASILEIROS

Vigilância feita no Brasil pela NSA desperta tensão regional - de novo

Alleged NSA surveillance in Brazil stirs regional tension – again

Os políticos brasileiros estão pedindo a presidente Dilma Rousseff a tomar uma posição dura contra os Estados Unidos e boicotar sua visita oficial à Casa Branca em outubro deste ano, após denúncias de que os EUA monitora bilhões de e-mails e outras comunicações feitas por cidadãos brasileiros.
As revelações de que o Brasil pode ter sido submetidos ao mais alto nível de vigilância da Agência de Segurança Nacional (NSA) do que qualquer outro país sul-americano veio em um relatório vazado do ex-CIA, Edward Snowden a um jornal brasileiro.
Presidente Dilma Rousseff imediatamente condenou a ação.
"A posição do Brasil sobre esta questão é muito clara e muito firme: Nós não concordamos com a interferência deste tipo no Brasil e em qualquer outro país", disse ela em uma conferência de imprensa segunda-feira.
A divulgação também provocou um acalorado debate no Senado Federal, em Brasília, na segunda-feira como os senadores que representam tanto os partidos governistas e da oposição argumentaram que o Brasil deveria exigir um pedido de desculpas de os EUA se as acusações de espionagem em território brasileiro forem confirmadas verdadeiras.
"Estas acusações de espionagem são muito graves e afetam a soberania de nosso país", disse um senador. Ele acredita que "a presidente Dilma deve discutir o assunto diretamente com o presidente Obama e se a resposta não for satisfatória, ela deve decidir se cancela sua visita a Washington, em outubro", acrescentou.
Políticos de todos os lados também manifestaram o seu apoio para o Sr. Snowden, argumentando que o Brasil deveria ter seguido o exemplo da Venezuela que publicamente ofereceu-lhe asilo político. 
O senador Lindbergh Farias, membro da maioria do Partido dos Trabalhadores (PT), disse que por causa Snowden teve "a coragem de expor a espionagem internacional contra os cidadãos do mundo, ele deve ser tratado de forma diferente."
As alegações de interceptação de dados e correspondência feitas no fim de semana sugerem que tem havido vigilância da NSA sobre cidadãos brasileiros em grande escala ao longo da última década, superando os níveis na maioria dos países do mundo. Embora Snowden não revelou números precisos, ele alegou que em janeiro o Brasil estava apenas um pouco atrás os EUA, onde 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens foram registradas.
O governo brasileiro já pediu esclarecimento oficial sobre o assunto do governo dos EUA. Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo também lançou um inquérito nesta segunda-feira levou pela Polícia Federal e disse que a investigação poderia levar a processos penais.
Agência Nacional de Telecomunicações do Brasil, Anatel, entrou em cena com a sua própria investigação sobre se as empresas de telecomunicações e manipulação dados  sediadas no Brasil tenham violado o sigilo de cidadãos do país e deliberadamente ou inadvertidamente cooperado com a NSA.
As últimas revelações seguem um descalabro diplomático na semana passada em que o avião do presidente da Bolívia, Evo Morales foi negado o acesso ao espaço aéreo europeu devido a suspeitas de que Snowden estava a bordo. Na hora os líderes sul-americanos expressaram solidariedade com o presidente Morales.
Na sexta-feira 12 de julho, os líderes se reunirão em uma cúpula do Mercosul - o grupo sul-americana de nações - para discutir o assunto.
Para alguns analistas, a evolução da situação poderia ter um impacto negativo sobre as relações diplomáticas entre Estados Unidos e Brasil.
O presidente do "Joint Chiefs of Staff" dos EUA  advertiu no domingo que as divulgações de Snowden minaram as relações americanas com outros países e afetou o que ele chama de "a importância da confiança." O general Martin Dempsey disse à CNN que os EUA terão que "trabalhar duro no caminho de volta a confiança."

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