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DESEMPREGADOS ALEM DO EMPREGO, PERDEM O DIREITO A DIGNIDADE NA ALEMANHA

Conselhos aos desempregados
 
Não comer carne ou colocar pedras na caixa de descarga para poupar água são conselhos que constam de um folheto para desempregados editado na Alemanha, que está a provocar polémica no país
O folheto, distribuído pelo Centro de Emprego do distrito de Pinneberg, no Estado federado de Schleswig-Holstein, é dirigido às famílias que recebem a ajuda Hartz IV, a qual se destina aos desempregados que deixaram de receber o subsídio de desemprego.
Os conselhos são expostos como uma história em banda desenhada e incluem procedimentos e «truques da família Fischer» composta por quatro elementos.  Entre as propostas figura a renúncia ao consumo de carne durante uma semana: «De qualquer forma, eu quero ser vegetariana», afirma Lara, a filha da família fictícia».
Mais tarde, a família decide vender pela Internet móveis antigos, conseguindo assim 350 euros, e passa a beber água da torneira para não gastar dinheiro com água engarrafada.
O folheto inclui ainda outros conselhos como a colocação de pedras no depósito do autoclismo para poupar na factura da água; evitar que a temperatura interior casa ultrapasse os 20 graus ou não fazer compras no supermercado sem uma lista e com o estômago vazio.
O Centro de Emprego de Pinneberg recomenda também o aproveitamento de compras em lojas com saldos e liquidações: «os artigos da época passada também podem ser atrativos».
A iniciativa poderia ser considerada como uma infeliz ideia daquele centro do Norte da Alemanha. Porém, adquiriu relevância quando o subdirector da Agência Nacional de Emprego, Heinrich Alt, expressou o seu entusiasmo qualificando o folheto como «um guia estupendo».
As ajudas Hartz IV são uma espécie de rendimento mínimo garantido que inclui o pagamento do aluguer da habitação e um pequeno montante de subsistência no valor 350 euros. Os beneficiários podem fazer pequenos trabalhos que lhes permitam auferir até 100 euros adicionais.
Para aceder a estas ajudas, o candidato não pode ter qualquer tipo de bens ou poupanças. Se possuir uma habitação, jóias ou outros artigos de valor é obrigado a vendê-los. Também não pode receber ajudas de familiares ou amigos, e para controlar o seu nível de vida, a agência de emprego tem o direito de enviar um fiscal ao domicílio para verificar se existem objetos considerados «inapropriados».
Segundo notícias saídas na imprensa, a fiscalização vai ao ponto de se vigiar as compras no supermercado e inclusive as caixas de correio.  Os móveis são uma das poucas coisas que podem manter ou vender, sendo-lhe permitido guardar o dinheiro obtido.
Contra este humilhante sistema têm-se levantado algumas vozes que o consideram inconstitucional, uma vez que a Lei Fundamental assegura no seu primeiro artigo o direito de todas as pessoas à dignidade.

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