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EQUADOR DEIXOU DE SER QUINTAL AMERICANO



 
Revolução reforçada

Na tomada de posse para um novo mandato, Rafael Correa reafirmou que os objetivos são o combate à pobreza, que salientou como um «imperativo moral», e o aprofundamento das transformações na matriz produtiva, nomeadamente passando de um fornecedor de matérias-primas para um país exportador de bens com valor incorporado.
«O Equador é hoje um país diferente daquele que recebemos», disse o reeleito presidente, para quem a governação dos últimos seis anos permitiu recuperar «a dignidade (…), a esperança», e «consolidar um sistema económico solidário e a supremacia do povo sobre o capital financeiro». Tal foi alcançado, precisou, impondo «o fim do pagamento da dívida externa ilegítima e a recuperação da soberania nacional», nomeadamente sobre os recursos naturais, cujos proveitos foram convertidos em «mobilidade, prevenção de riscos, justiça social, infraestruturas, educação, saúde, etc.».
Entre 2007 e 2013, acrescentou Correa, «vencemos nove processos eleitorais consecutivos» e assegurámos «uma das mais elevadas taxas de aprovação popular [entre 80 e 86 por cento, segundo a pesquisa efetuada recentemente por uma empresa privada], exemplo de «democracia direta» oferecido no contexto da «crise capitalista mundial» e enfrentando os obstáculos e atentados promovidos pela «oligarquia», os «poderes imperiais e os meios de comunicação corruptos».
Com 100 deputados que apoiam o seu governo em 137 parlamentares, o presidente equatoriano aproveitou ainda a ocasião para avançar as orientações estratégicas que pretende reforçar e implementar, com destaque para a «soberania energética, consolidação das reservas petrolíferas, da produção de derivados de petróleo e da indústria petroquímica, e o incremento da exploração de gás natural», bem como fazer aprovar novas leis para os recursos hídricos ou a posse e uso dos solos.
Durante a sua presidência, nos cofres do Estado passaram a entrar cerca de quatro mil milhões de dólares por ano provenientes da exploração de hidrocarbonetos, isto além de um progressivo aumento da receita fiscal, que só em 2012 cresceu 17,8 por cento, indicam dados oficiais. Porém, Rafael Correa persegue o propósito de «diversificar a matriz produtiva», impulsionando uma «economia de serviços, atraindo investimento estrangeiro e substituindo importações [por produção própria]», explicou, antes de reiterar que o Equador e a América Latina já não são «o quintal de ninguém».

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